I Mostra Pornô Independente

Aí vão algumas resenhas resumidas dos melhores filmes da I Mostra de Cinema Pornô Independente.

Na medida que novos filmes forem sendo exibidos, e as taxas de Vitamina C voltarem ao normal, vou incluindo aqui mais apontamentos.

Travessuras no Jardim do Éden

Abre com cena do pecado original, com Adão caindo de boca em uma maçã. Enquanto isso, Eva se diverte realizando brincadeiras com outras frutas e acaba se apaixonando por um pepino chamado Valtenor. Corte seco para cenas de perversão entre Adão, um cacho de uvas e uma tangerina chamada Tânia, que está sendo chupada com afinco. Mais tarde, Valtenor e Tânia são surpreendidos juntos em uma horta – e, para nosso choque, ambos são violentamente esquartejados e transformados em salada. Adão e Eva se beijam, uma cobra aparece e o filme acaba.

Aventuras Sexuais na Arca de Noé

Apesar de pouco fiel ao Antigo Testamento, o filme não perde sua ternura. Sim, há animais. E, sim, há um barco. O filme começa com a seqüência de uma aristocrata inglesa em uma jangada copulando animadamente com uma lontra, mais tarde assassinada por um pescador árabe. A cena seguinte são mulheres sendo ordenhadas por vacas. Depois, temos um macaco-prego mantendo relações homossexuais com um pastor alemão que, numa passagem reveladora, se apresenta como amante secreto de um sacerdote. Uma cena de sexo grupal que rendeu atuações memoráveis, como a do homem-tamanduá, é subitamente interrompida por uma rajada de metralhadoras no estilo gângster, disparada por um grupo de alienígenas em expedição ao planeta para uma orgia com cadáveres. O filme acaba com todos os atores de mãos dadas, cantando Andrea Bocelli – “Con te Partira (Time to Say Goodbye)” no casamento da aristocrata inglesa com um javali – o que confunde um pouco o público, já que o javali não havia aparecido em momento algum do filme.
 
Um anão no meu jardim

O filme abre com a cena de uma flor sendo fecundada por uma abelha e lentamente a imagem se funde com a de uma turista sueca sendo fecundada por um escravo. Um anão de jardim decide entrar na dança e, a partir daí, a cena é habilmente administrada pelo diretor que usa e abusa dos closes, propiciando aos espectadores cenas de rara profundidade e poesia. A próxima parte do filme apresenta a chegada de um grupo de forasteiros, que são na verdade hippies viciados em sexo, e que acabam por se amarrar pelo gnomo anão. No fim do filme todos participam de um suicídio coletivo, com exceção do escravo, que foge com a abelha.

Maria Antoniteta

Antoniteta é uma história de amor que se passa no período colonial e que tem sérias restrições no orçamento. Por conta disso, os personagens não usam roupas de época ou mesmo qualquer peça de vestimenta, as substituindo por fluidos em geral. Também não há charretes no filme, mas mantiveram os cavalos. Na cena final, há uma inversão de papéis muito interessante onde no lugar de uma mulher a cavalgar um animal, é o animal que cavalga a mulher. O filme peca na produção, mas devemos reconhecer o esforço do elenco perante as dificuldades. Sobretudo o de Rosângela, atriz iniciante que deslocou o glóbulo ocular esquerdo na fatídica cena do bondinho.

Um quartinho e um violão

Biografia não autorizada da Música Popular Brasileira. O filme abre com sussurros suaves enquanto Elza Soares manda ver num ré-maior-sentado. João Gilberto entra em cena, pedindo silêncio, tem a idéia de inventar a bossa-nova e todos comemoram. Na próxima cena, o que temos é um inspirado clipe de Vinícius de Moraes e suas 9 esposas, com participação de Chico Buarque e Tom Jobim, que entram no quarto para se juntar a Vinícius. Em uma cena tocante, Roberto Carlos conhece Wanderléia que, prontamente, pede para conferir a famosa perna de pau, mostrada sem cerimônia. O filme segue em ordem cronológica até que temos um improvável dueto entre Maria Carolina e Ângela Rô Rô, com Ney Matogrosso entrando com um falsete, desafinando, e botando tudo a perder.

Conde DráCula

Neste filme temos uma mistura entre o expressionismo alemão e o contorcionismo italiano. No Castelo do Conde DráCula, a rotina de uma madrugada de horror é interrompida por uma visita inesperada. Trata-se de uma stripper que perdeu a roupa e precisa desesperadamente de abrigo. Ela conta sua história enquanto faz sexo oral em um mordomo sem cabeça, uma cena curiosa. Vamos então conferir a vida de um prisioneiro que vive no sótão do castelo, e que é atormentado por forças ocultas que ele julga serem fantasmas de antigas atrizes pornô para quem se masturbava na adolescência. Conde DráCula entra em cena, envolvendo a stripper com sua capa. Daí para frente o filme não varia muito em sua essência, havendo espaço apenas para as pirotecnias do contorcionismo italiano. Uma surpresa se revela no final, quando a stripper morre de hemorragia e então reaparece em uma cena com as fantasmas do sótão, o que acaba por solucionar o mistério do prisioneiro.

 

Abraço fraterno,
nunca aperto de mão,
Márcio N.

Leia aqui a II Mostra Pornô Independente.

4 comentários sobre “I Mostra Pornô Independente

  1. maizome, esses húngaros são mesmo espertos. aí vai minha oferta: troco um rolo de filme por três strippers bem afeiçoadas e devidamente legendadas.

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